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Como a nicotina pode afetar o cérebro?
Efeitos imediatos na química cerebral: -
Liberação de dopamina: A nicotina estimula rapidamente a liberação de dopamina, um neurotransmissor associado ao prazer, recompensa e reforço. Este aumento de dopamina cria a sensação de prazer associada ao tabagismo e reforça o comportamento de consumo de nicotina.
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Modulação de acetilcolina: A nicotina liga-se aos receptores nicotínicos de acetilcolina (nAChRs) no cérebro, levando a alterações na atividade da acetilcolina, um neurotransmissor envolvido na atenção, memória e controle muscular. Esta interação com os nAChRs contribui para os efeitos da nicotina na cognição, no humor e no movimento.
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Ativação do sistema opioide: A nicotina estimula indiretamente a liberação de opioides endógenos, que são analgésicos naturais e reguladores do humor. Esta ativação contribui para a capacidade da nicotina de reduzir a ansiedade e produzir sensações de relaxamento.
Mudanças estruturais e funcionais de longo prazo: -
Alterações estruturais: A exposição crônica à nicotina pode levar a mudanças estruturais no cérebro. Estudos encontraram reduções no volume de certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que está envolvido na memória e na aprendizagem, e no córtex pré-frontal, responsável pela tomada de decisões e pelo controle inibitório.
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Alterações funcionais: O uso de nicotina pode alterar a função dos circuitos neurais relacionados à recompensa, motivação e memória. Pode interromper a comunicação entre diferentes regiões do cérebro, afetando processos cognitivos, como atenção, aprendizagem e tomada de decisões.
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Neuroadaptações: O cérebro sofre neuroadaptações em resposta à exposição repetida à nicotina. Estas alterações incluem alterações na expressão e função dos nAChRs, bem como alterações na sensibilidade e capacidade de resposta dos sistemas dopaminérgico e opióide. Estas neuroadaptações contribuem para o desenvolvimento da dependência da nicotina.
Influência no desenvolvimento do cérebro: -
Adolescência: O uso de nicotina durante a adolescência é particularmente prejudicial, pois coincide com períodos críticos do desenvolvimento do cérebro. A exposição à nicotina durante estas fases vulneráveis pode afectar significativamente a maturação do cérebro e aumentar a probabilidade de futura dependência da nicotina e problemas de saúde relacionados.
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Neurotoxicidade: A exposição crónica à nicotina pode induzir efeitos neurotóxicos em certas regiões do cérebro, incluindo danos neuronais e neurogénese prejudicada (formação de novos neurónios). Estes efeitos podem contribuir para défices cognitivos e disfunções cerebrais a longo prazo.
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Fatores genéticos: As diferenças individuais na composição genética podem influenciar a forma como o cérebro responde à nicotina. Variações genéticas nos nAChRs e outros genes envolvidos no metabolismo da nicotina e nas vias de recompensa podem predispor certos indivíduos à dependência da nicotina e aos efeitos adversos relacionados.