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Como Freud explicaria a esquizofrenia?

Sigmund Freud acreditava que a esquizofrenia resultava de conflitos e fixações durante o desenvolvimento psicossexual inicial, particularmente durante o estágio fálico. Sua teoria enfatizou o papel dos desejos, medos e ansiedades inconscientes no desenvolvimento do transtorno. Segundo Freud:

1. Fixação no Estágio Fálico:
Freud propôs que as pessoas com esquizofrenia experimentassem fixação no estágio fálico de desenvolvimento. Esta fase é marcada por intensos sentimentos de rivalidade, ciúme e medo da castração. Esses conflitos não resolvidos podem levar ao afastamento da realidade e ao surgimento de sintomas esquizofrênicos.

2. Ego fraco e ID hiperativo:
Freud sugeriu que os indivíduos com esquizofrenia têm um ego fraco (a parte da mente racional e orientada para a realidade) e um id hiperativo (a parte instintiva e impulsiva). Este desequilíbrio leva à falta de controle sobre os desejos primordiais e à incapacidade de lidar com as demandas externas, contribuindo para o desenvolvimento de sintomas esquizofrênicos.

3. Mecanismos de Defesa:
Para gerir as suas ansiedades inconscientes, os indivíduos com esquizofrenia podem confiar fortemente em mecanismos de defesa, tais como a regressão (recuar para um estágio anterior de desenvolvimento) e a projeção (atribuir os seus medos e impulsos internos aos outros). Esses mecanismos podem distorcer a realidade e contribuir para o desenvolvimento de delírios, alucinações e outros sintomas.

4. Retirada narcisista:
Freud propôs que as pessoas com esquizofrenia podem retirar a sua libido (energia sexual) do mundo externo e redirecioná-la para dentro, resultando num estado de retraimento narcisista. Esse afastamento leva à perda de interesse nas interações sociais e à preocupação com o mundo interior, contribuindo para os sintomas da esquizofrenia.

É importante notar que a teoria de Freud é considerada ultrapassada na psiquiatria contemporânea, e a maioria dos profissionais de saúde mental não atribui suas explicações para a esquizofrenia. As teorias atuais enfatizam o papel dos fatores genéticos, das anormalidades neurobiológicas e das influências ambientais no desenvolvimento da esquizofrenia.