casa |  | Informação em Saúde >  | Condições Tratamentos | Vírus

O que contribui para a mudança antigênica nos vírus influenza?

A mudança antigênica nos vírus influenza é impulsionada principalmente pelo rearranjo genético, que ocorre quando diferentes cepas de vírus influenza trocam material genético, resultando no surgimento de cepas virais novas e distintas. Este processo desempenha um papel crucial na evolução contínua dos vírus da gripe e na sua capacidade de escapar ao reconhecimento do sistema imunitário.

Os seguintes fatores contribuem para a mudança antigênica nos vírus influenza:

1. Diversidade Genética:Os vírus da gripe têm um genoma de ARN segmentado, o que significa que a sua informação genética está dividida entre vários segmentos de ARN. Esta diversidade genética permite eventos frequentes de rearranjo entre diferentes cepas que circulam no mesmo hospedeiro ou entre diferentes espécies hospedeiras, como humanos, aves e porcos.

2. Infecções Duplas:A coinfecção de um hospedeiro com dois vírus influenza geneticamente distintos pode levar a eventos de rearranjo. Quando dois vírus influenza diferentes infectam a mesma célula, o seu material genético pode misturar-se e combinar-se, criando uma nova descendência viral com um genoma híbrido.

3. Mutações Frequentes:Os vírus da gripe têm uma elevada taxa de mutação, o que significa que o seu material genético sofre alterações frequentes. Estas mutações podem levar a alterações nas proteínas virais, incluindo as proteínas hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA), que são responsáveis ​​pela fixação e entrada nas células hospedeiras. Estas alterações podem resultar numa deriva antigénica significativa e potencialmente contribuir para a mudança antigénica.

4. Transmissão interespécies:Os vírus da gripe podem ser transmitidos entre diferentes espécies hospedeiras, permitindo eventos de rearranjo entre espécies. Por exemplo, os vírus da gripe aviária podem infectar aves domésticas e aquáticas, que podem então transmitir o vírus a humanos ou outros mamíferos. Se um vírus da gripe aviária se reagrupar com um vírus da gripe humana, pode gerar uma nova estirpe com potencial pandémico.

A mudança antigênica leva ao surgimento de novos subtipos de vírus influenza, contra os quais a população tem pouca ou nenhuma imunidade. Isto pode resultar em surtos generalizados, epidemias ou mesmo pandemias, uma vez que as pessoas são mais susceptíveis à infecção. A natureza imprevisível das alterações antigénicas coloca desafios significativos ao desenvolvimento de vacinas contra a gripe, exigindo monitorização e atualização constantes das estirpes vacinais para se manter à frente da evolução das estirpes virais.