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Como a terapia genética trata distrofias retinianas herdadas

A terapia genética é uma grande promessa no tratamento de distrofias retinianas hereditárias (IRDs), um grupo de doenças genéticas que causam perda de visão e cegueira ao danificar a retina, o tecido sensível à luz na parte posterior do olho.

Os IRDs são causados ​​por mutações em vários genes que desempenham papéis essenciais na estrutura e função da retina. A terapia genética visa corrigir estes defeitos genéticos através da introdução de cópias funcionais dos genes mutados nas células afetadas, restaurando assim a sua função normal.

Abordagens à terapia genética para IRDs:

1. Entrega de genes mediada por vetores virais:
- Este método utiliza vírus modificados, como vírus adeno-associados (AAVs), para entregar genes terapêuticos às células da retina. Os AAVs não são patogênicos e apresentam baixo risco de causar respostas imunológicas.

- Os vectores AAV transportam a cópia funcional do gene mutado sob o controlo de elementos reguladores apropriados.

- Após a injeção no olho, os AAVs infectam as células da retina e liberam o gene terapêutico. As células então começam a produzir a proteína funcional, que pode compensar a proteína defeituosa causada pela mutação.

Exemplos:

- Luxturna (voretigene neparvovec):Aprovado para o tratamento da amaurose congênita de Leber (LCA) causada por mutações no gene RPE65.

- Zolgensma (onasemnogene abeparvovec):Aprovado para o tratamento da atrofia muscular espinhal (SMA), uma doença neuromuscular hereditária. Este exemplo demonstra o potencial da terapia genética baseada em AAV para o tratamento de outras doenças genéticas.

2. Entrega de genes mediada por vetores não virais:
- Algumas abordagens de terapia genética utilizam vetores não virais, como nanopartículas, para entregar genes terapêuticos às células da retina.

- As nanopartículas podem ser projetadas para transportar e proteger as moléculas terapêuticas de DNA ou RNA. Eles podem ser injetados no olho ou aplicados topicamente.

- Os vetores não virais podem ter vantagens em termos de segurança e respostas imunológicas reduzidas em comparação com os vetores virais. No entanto, a sua eficiência na entrega de genes às células da retina pode ser menor.

Exemplos:

- GS030 (rAAV2-coroideremia):Um candidato à terapia genética em ensaios clínicos para o tratamento da coroideremia, uma IRD ligada ao X causada por mutações no gene CHM.

3. Edição do genoma in vivo:
- Esta abordagem envolve o uso de ferramentas de edição genética, como CRISPR-Cas9, para editar diretamente o gene mutado nas células da retina.

- CRISPR-Cas9 pode ser usado para cortar o DNA no local específico da mutação, permitindo a inserção, exclusão ou correção do defeito genético.

- A edição in vivo do genoma tem o potencial de proporcionar uma correção permanente da mutação genética. No entanto, ainda está nos estágios iniciais de desenvolvimento e enfrenta desafios relacionados à segurança e precisão.

Desafios na terapia genética para IRDs:

- Entrega de genes terapêuticos a tipos específicos de células da retina
- Garantir a expressão a longo prazo do gene terapêutico
- Minimizar as respostas imunitárias aos vectores da terapia genética
- Abordar a diversidade genética dos IRDs, uma vez que diferentes mutações podem causar doenças semelhantes
- Garantir a segurança e eficácia das abordagens de terapia genética

Apesar destes desafios, a terapia genética é uma promessa imensa para o tratamento de IRDs e para a restauração da visão em indivíduos com estas doenças genéticas. Pesquisas e ensaios clínicos em andamento visam superar esses desafios e tornar a terapia genética uma opção de tratamento viável para IRDs no futuro.